Poupança perde investidores: parte migra para LCAs, LCIs e CDBs, outra quita dívidas

16 de maio de 2024

Conteúdo XP

Nos últimos doze meses, somente em três deles as aplicações na poupança foram maiores do que resgates. Nesse ano, março foi o único período em que depósitos foram maiores que saques.

Em janeiro, por exemplo, os resgates chegaram a R$ 20,1 bilhões, segundo dados do Banco Central. No último mês apurado, abril, a captação líquida ficou negativa em R$ 1,1 bilhão.

Baixe uma lista de  11 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de crescimento para os próximos meses e anos

“O que a gente tem visto são resgates consecutivos da poupança. Lá em 2020, tivemos estoques acima de R$ 1 trilhão de saldo na poupança”, afirmou Mayara Rodrigues, analista de renda fixa no research da XP, que participou nesta quinta-feira (16) do Morning Call da XP.

Poupança e contexto da pandemia

“Claro que teve todo o contexto de pandemia, dos auxílios emergenciais e a população gastando mesmo por conta do isolamento social (em 2020). Mas o que a gente tem visto desde então foram saques”, complementou.

Entre os motivos da grande saída de recursos da poupança, segundo a analista, está na aplicação em outros investimentos, que tem oferecido mais atratividade, bem como para uso do investidor para pagamento de dívidas.

Confira o calendário de resultados do 1º trimestre de 2024 da Bolsa brasileira

“A gente tem visto esse movimento maior de retirada desde 2021. Em 2022, foi um movimento bem forte de quase R$ 100 bilhões resgatados em valor líquido. Em 2023 também, e em 2024 a gente está vendo esse mesmo movimento”, ressalta.

Estoques abaixo de R$ 1 tri

A poupança está com estoques abaixo de R$ 1 trilhão desde 2021. “Isso também acaba preocupando porque aquele recurso que está ali aplicado na poupança, é utilizado para funding, ou seja, uma fonte de recursos para financiamentos imobiliários”, destaca.

“Um volume mais escasso de estoque acaba limitando as instituições financeiras de conceder mais financiamentos de moradia à população”, acrescenta.

Ela conta que o Banco Central chegou a fazer um estudo para entender o que estava acontecendo por conta das elevadas retiradas de recursos da poupança.

Pagamento de dívidas

“A primeira grande conclusão é que em 2022, que foi o período de grandes saques, metade desse valor sacado, migrou para outros investimentos de renda fixa, como CDBs, LCAs e LCIs”, destaca. A outra metade (52%), foi uso próprio dos investidores para atender necessidades financeiras.

Temporada de balanço do 1º tri ganha força: em quais ações e setores ficar de olho?

A analista aponta, porém, que mais recentemente, quando teve em fevereiro a mudança de regra pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), que acabou restringindo as emissões de LCAs e LCIs, houve uma retração para esses ativos.

“Quando cai a Selic, o pessoal acaba buscando outros ativos, desde crédito privado a fundos de investimentos, com rentabilidade maior do que apenas o percentual atrelado a taxa de juros”, explica.

Mas a Mayara Rodrigues ressalta que a taxa Selic continua elevada (10,5%) e que parte do dinheiro sacado foi também destinado ao Tesouro Direto.

The post Poupança perde investidores: parte migra para LCAs, LCIs e CDBs, outra quita dívidas appeared first on InfoMoney.

Deixe um comentário

Your email address will not be published.

Don't Miss

Enel informa que ainda há 35,7 mil casas sem energia na Grande São Paulo

Balanço da concessionária Enel Distribuição SP, divulgado às 16 horas